O skate não é o mesmo de anos atrás. De uma atividade marginalizada, exclusiva de jovens, na década de 80, passou por um boom no final dos anos 90 e hoje se solidificou como esporte milionário e prática saudável dos mais diversos nichos da sociedade. Seu crescimento refletiu no bolso daqueles que se arriscaram nesse mundo. Pioneiros do esporte, como o brasileiro Bob Burnquist, acumulam milhões em contratos publicitários e premiações em competições. Recentemente, sites norte-americanos divulgaram uma lista onde Burnquist figura como o 12º skatista mais rico do mundo, com uma fortuna avaliada em US$ 8 milhões.
O mercado do skate vai, aos poucos, mostrando seu potencial. Segundo a CBSk (Confederação Brasileira de Skate), o segmento movimenta R$ 500 milhões por ano. Para Roberto Maçaneiro, presidente da FPS (Federação Paulista de Skate), esse valor ainda é baixo. “É um bom mercado, que tem um lucro legal. Parece excessivo [os R$ 500 milhões anuais], mas é uma quantia pequena se você comparar com outros locais, como nos Estados Unidos”, ressalva.
O otimismo no Brasil é evidente, graças ao crescimento no número de praticantes. De acordo com o último estudo realizado pelo Datafolha, em 2009, o número de skatistas no país passa dos 3,5 milhões. Maçaneiro garante que, atualmente, a comunidade é maior. “Hoje, em 2013, a gente já ultrapassou a barreira dos 4 milhões, isso no Brasil. Só na capital paulista a gente tem mais de 500 mil praticantes”, afirma.
A importância de ícones como Bob Burnquist é grande. “[A valorização] dessa imagem favorece ao skate. Dá uma certa prosperidade pra quem vislumbra atuar na área, se tornar um profissional”, conta Maçaneiro. Para ele, apesar da necessidade de um maior profissionalismo, o esporte conquistou o respeito de outros setores da sociedade. “A gente reconhece que o skate deixou de ter aquela visão marginalizada – ainda tem em alguns nichos -, mas, hoje em dia, percebemos que existe uma admiração e uma valorização”.
De olho nesse mercado em evolução, cada vez mais aparecem empresas com foco no skate. Sejam marcas estrangeiras que migraram para o Brasil, ou companhias criadas no próprio país. Além de materiais específicos para a prática do esporte – como shapes, rodinhas e trucks -, essas empresas movimentam milhões de reais com a comercialização de roupas, calçados e óculos, por exemplo. “A gente sabe que a cultura do skate é muito forte. Desde a moda, música, entretenimento, artes, toda essa gama de atividades relacionadas ao skate pode ser trabalhada. As marcas podem explorar mais essa cultura urbana relacionada às atividades que envolvem a cultura do skate”, conclui Maçaneiro.
Notícia do Esporte Interativo Yahoo