O futebol feminino tem conquistado mais espaço, mas, para a continuidade de seu desenvolvimento, é necessária uma gestão eficiente e estratégica. Investimentos estruturais, planejamento e políticas de incentivo são essenciais para fortalecer a modalidade.
Segundo Rosa Maria Gomes de Lima (Rosa), ex-jogadora de futebol, durante o evento Movimenta Minas: Esporte e Gestão, realizado em março deste ano pela Subsecretaria de Esportes (Subesp) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), o aprimoramento do futebol feminino também é um tema ligado à gestão esportiva.
Para Rosa, a criação de seleções regionais, por meio de um consórcio de atletas, por exemplo, permite otimizar recursos e valorizar talentos locais, além de promover a cooperação entre a comunidade esportiva. Para os gestores, esse modelo reduz custos operacionais, amplia a visibilidade do futebol feminino e possibilita a captação de novos talentos.
É preciso lembrar que o futebol feminino não é apenas uma prática esportiva, mas também um motor de transformação social. Segundo Rosa Lima, uma gestão eficiente deve considerar o impacto do esporte na vida das jogadoras e na sociedade, promovendo ações de inclusão, educação e empoderamento feminino.
O desenvolvimento do futebol feminino também depende de questões que vão além do esporte. Rosa representou o Brasil na primeira Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 1991, e sua trajetória é marcada pela defesa da modalidade. Para a ex-jogadora, o desenvolvimento do futebol feminino vai além do jogo propriamente dito. É um assunto que envolve gestão, acolhimento e respeito:
O meu recado para vocês, gestores e gestoras, é que, quando pensarem no futebol feminino, vão além do futebol. Ali por trás existem mulheres que são carentes, que sofrem pressão, que tem uma pressão familiar, uma pressão esportiva, que tem o preconceito a ser combatido. Que vocês olhem com carinho por elas. É muito além do futebol feminino. O futebol feminino é só um tópico. Nós somos seres humanos, necessitamos e precisamos o tempo todo, ser respeitadas.
Rosa Maria durante o evento “Movimenta Minas: Esporte e Gestão”
Assim, para que o futebol feminino se desenvolva plenamente, é fundamental combater o preconceito ainda presente na modalidade. Além disso, incentivar a presença de mulheres em cargos de liderança dentro do esporte pode contribuir para um ambiente mais inclusivo e justo.
O crescimento do futebol feminino depende de uma gestão esportiva eficiente, que alie planejamento estratégico, cooperação e acolhimento. A formação de seleções regionais e parcerias estruturadas são elementos importantes para garantir a sustentabilidade da modalidade. Além disso, combater o preconceito e promover o impacto social são boas práticas que gestores e gestoras esportivas podem utilizar para aprimorar o futebol feminino como uma prática valorizada e respeitada no cenário esportivo.
A profissionalização do futebol feminino é um desafio, mas também uma grande oportunidade para transformar o esporte e a sociedade.
O Observatório do Esporte de Minas Gerais divulga informações e oportunidades à comunidade esportiva. Os conteúdos e opiniões expressas não representam o posicionamento deste Observatório ou da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social.