O fato de tantas pessoas serem sedentárias se deve a inúmeros fatores tais como o sujeito não ter tido a oportunidade de praticar qualquer atividade física principalmente na escola e nas empresas, locais onde teoricamente se passa a maior parte da vida.
Na escola essa matéria nem se quer reprova aluno nenhum. Se reprovasse os professores enfrentariam um problema ainda maior com os pais dos alunos. Imaginem! Uma criança ser reprovada em Educação Física tendo passado em matemática, português e tudo o mais.
Nas empresas a gente sabe que embora exista uma corrente ainda pequena de incentivo à atividade física, a maioria ainda vive a cultura do trabalho escravo disfarçado de produtividade, competividade, globalização, reengenharia e até qualidade total onde a própria qualidade de vida não tem importância nenhuma. Não é difícil vermos pessoas sedentárias, obesas, estressadas e hipertensas locadas nos setores de saúde ocupacional. É ou não um contra-senso?
Como não faz parte de uma cultura empresarial qualquer motivo, até uma suposta crise que ainda não chegou a grandes empresas, é suficiente para suspender tudo sob as mais fúteis alegações exatamente porque as pessoas gerencialmente envolvidas nada têm a ver com o esporte. “Todo mundo tem mais é que trabalhar e pronto”. “Manda quem pode obedece quem tem juízo”. São rótulos ultrapassados que lembram muito bem a ditadura! Empresas que por qualquer motivo cortam programas de atividade física do empregado, mesmo eventos ao ar livre tais como corrida rústica, caminhada ou passeio ciclístico estão na contramão da própria qualidade total que alguns enchem a boca para falar e não aplicar.
Existem executivos amantes da atividade física podem influenciar a maioria dos seus empregados a ter vida ativa. Uma das mais importantes maratonas de revezamento é patrocinada por um exemplo desses onde o próprio diretor-presidente participa.
Uma empresa de ônibus preocupada com o avanço da obesidade dos seus motoristas e os constantes afastamentos por motivo de doença construiu uma pista de Cooper em volta da garagem e passou a premiar os que reduzissem peso. Isso com acompanhamento médico e tudo.
De qualquer forma a responsabilidade maior ao incentivo e aquisição de hábitos de vida saudável ainda é do profissional de Educação Física. Em qualquer oportunidade ao receber um aluno, seja na escola, numa empresa, na academia ou treinamento personalizado o profissional não deve desistir NUNCA do seu aluno uma vez que a atividade física é o primeiro bom hábito a desencadear todos os outros. Quem começa a fazer uma atividade qualquer, por mais simples que seja em pouco tempo começa a sentir a diferença para melhor.
Daí se for fumante sem ninguém “encher o saco”, num determinado momento começa a pensar em parar de fumar, a selecionar melhor a sua alimentação e até os amigos. Se ao contrário ele não encontra condições ambientais favoráveis tais como fazer perto da sua casa ou no trabalho, no horário que melhor lhe convier, ter a liberdade de escolher a mais prazerosa ou não ser bem atendido em pouco tempo é mais um desistente. As histórias de pessoas bem sucedidas na atividade física tiveram bons e incansáveis mestres. A relação professor-aluno deve ser quase uma religião. Religião vem de “re-ligar”. No caso corpo e espírito onde o elo de convencimento é o professor.
Uma vez formada essa empatia entre os dois, o aluno nunca mais abandona o mestre e o que antes era uma dificuldade passa a não mais existir. O aluno acompanha sempre o professor mesmo que ele mude de academia. A filosofia da atividade física vai muito além de métodos, séries e programas prontos sendo mais uma doutrina. Não adianta estar fazendo uma atividade corporal sem estar pensando, vivenciando cada parte do seu corpo que foi feito para se movimentar e sabendo o porquê. O corpo parado fica fraco, adoece e morre. Ninguém chega aos sessenta, oitenta ou cem anos sem cuidar da saúde e sem movimento.
Matéria adaptada à publicada pelo site Copacabana Runners.