Ensinar a bater pernas, a buscar o brinquedinho no outro lado da piscina, a fazer bolinhas para obter controle respiratório…Dar aula de natação para crianças exige muita dedicação. É nesses momentos que os pequenos adquirem confiança e desenvoltura para se soltar no meio líquido. Com mais de dez anos de experiência na área, a professora Ariana Nunes Fiuza, da escola Raquel Natação, diz que, para trabalhar com essa faixa etária, é necessário investir no lúdico: “A criança é movida pelo prazer. Se ela sente prazer, ela quer cada vez mais”.
Para criar esse clima agradável, as aulas devem contar com brinquedos, macarrões, bolas e outros objetos. De acordo com Ariana, as crianças são movidas por estímulos visuais e táteis, daí a importância de investir nesses artefatos. “é o brincar de forma dirigida, com um propósito. Os brinquedos são de cores, formas diferentes, para que possam ajudar durante a aula”, explica. “A natação ajuda no desenvolvimento da consciência corporal. Nós fazemos estímulos de membros superiores, inferiores…tem o lado emocional, cognitivo. Tudo é proposto de acordo com o objetivo”.
Para poder ser matriculada em uma escola de natação, a criança precisa preencher três requisitos: ter, no mínimo, três meses, já ter tomado as primeiras vacinas e contar com a liberação de um médico. Até os dois anos de idade, os pequenos devem fazer as aulas junto com os pais ou responsáveis. No início, é natural que a criança sinta medo de entrar na água. Nesses casos, Ariana recomenda que os professores tenham paciência e procurem maneiras de fazer com que o aluno se sinta confortável. “A criança tem medo quando ela não está adaptada. O professor tem que sentir o aluno, tem que descobrir formas de fazer com que o aluno fique à vontade na água. Normalmente, nós começamos a trabalhar com crianças muito novas, elas não falam. O professor tem que ler a linguagem corporal delas”.
Essas habilidades, que são requisitos para todo e qualquer professor, exigem não apenas técnica, mas experiência prática. Ariana relata que está sempre aprendendo e que adota uma técnica para manter-se em constante aprimoramento: “Eu anoto as coisas que dão certo e as que não dão certo”, revela. “Você tem que sair da sua zona de conforto e fazer com que o aluno também saia, mas sempre de uma forma prazerosa”.
Para que essa relação aluno-professor aconteça, Ariana aposta na confiança como base para construir um vínculo sólido: “Sinta seu aluno, nunca faça nada à força. Estabeleça com ele uma relação de confiança. Quando o aluno confia em você, é possível realizar um bom trabalho”.
Fonte: Portal da Educação Física
Disponível em: https://goo.gl/ChPa8I / Acesso em: 15/02/18