O que começou por acaso, hoje é coisa séria para Siliano de Souza. O ciclista, que iniciou no esporte ao trocar um videogame por uma bicicleta, sonha em ser campeão nacional e representar o Brasil em competições internacionais. A superação faz parte da rotina do atleta que divide o tempo para treinamento com outros trabalhos, para conseguir manter ativa a carreira no downhill.
Em entrevista ao Observatório do Esporte, Siliano contou sobre os desafios que encontra no cotidiano, além da sua trajetória no esporte e planos para o futuro.
Você trocou o seu videogame por uma bike aro 26. É isso mesmo? Sente falta do videogame?
Comecei a andar de bike numa aro 20 e vendo o pessoal com bike aro 26 fazendo trilha me interessei. Troquei um vídeogame que tinha por uma bike aro 26! Valeu muito a pena, pois através disso começou a minha trajetória e a paixão pela bike! Se não tivesse tomado essa decisão seria mais um pessoa simples, sem objetivos maiores de sempre me superar!
Ainda trabalha no hotel ou já consegue viver do esporte?
Estava trabalhando no hotel, mas por conta das corridas tive que optar por trabalhar na obra de construção civil. Lá eu não trabalho final de semana e assim consigo treinar e correr nos fins de semana! Não consigo viver do esporte, tudo relacionado a custo de corrida pago do meu bolso e de alguns apoio, que são poucos.
Qual o maior desafio que já enfrentou no esporte?
Meu maior desafio é competir com os melhores atletas do Brasil sem apoio algum e o principal, sem uma bike boa para competir! Supero isso com muita garra, determinação e muita força de vontade mostrando que a vontade de vencer supera tudo.
Como é a sua rotina de treinamentos? Onde você treina?
Treino quase todo dia depois do trabalho e aos domingos, aqui mesmo em Monte Verde. Construímos várias trilhas para treinarmos.
O que representou para você estar entre os dez melhores da Descida das Escadas de Santos, a maior prova de downhill urbano da América Latina?
Estar entre os 10 melhores das Descida das Escadas de Santos foi a realização de um sonho por ver que todo meu esforço valeu a pena. Estar ali entre os melhores da América Latina me mostrou que posso ir além dos meus objetivos! E a classificação significou muito, porque enfrentei problemas com a bicicleta durante a competição. A roda traseira estava a ponto de estourar e minha suspensão da frente estava com o retorno estourado, além de um alguns problemas no freio e mesmo assim consegui chegar entre os dez melhores.
Como foi a preparação para essa disputa e a que atribui essa conquista?
Sempre treinando no ano passado fiquei perto de me classificar entre os 10 e percebi que tinha muita chance de ficar eles. Foi aí que comecei a treinar e analisar alguns vídeos da competição, observando a pista e vendo onde poderia ganhar tempo para ter um bom resultado. Chegando lá, fiz tudo que tinha planejado treinando nos principais pontos para ter um bom resultado.
Quais são os seus planos para o futuro no Ciclismo?
Meus planos para o futuro são: ser campeão brasileiro na categoria pro elite, representar o Brasil no Mundial e no Pan-Americano de downhill!
Qual a dica que você dá para quem está começando a prática ciclismo?
Nunca desista dos seus objetivos. Sempre existirão barreiras que você terá que superar e com isso se tornar mais forte.
Após vários títulos brasileiros e resultados expressivos, o que o levou a mudar de categoria?
Basicamente, os resultados e a facilidade de estar entre os primeiros na antiga categoria. Mudando para a pro elite tive que me dedicar e me superar ainda mais para me manter entre os melhores mesmo sem apoio algum.
O que o esporte significa para você?
O esporte na minha vida significa tudo. Superação, estilo de vida, motivação, equilíbrio. Não sei o que seria de mim sem o esporte. Hoje posso falar para filha: Lute. Nunca desista. Tudo que você quer, você pode. A molecada me vê como ídolo deles!
Observatório do Esporte de Minas Gerais