Natural de Uberaba, o técnico do Goalball, Alvino Pereira, vive para ensinar. Iniciando no Judô há 7 anos, ele se dedica ao Goalball não perdendo sua principal característica, a vontade de aprender sempre.
Confira a entrevista completa do Observatório do Esporte de Minas Gerais:
Como você conheceu o esporte?
Em 2007 eu me formei em Educação Física e comecei a dar aulas de Judô. Um amigo para quem eu dava aulas disse que havia uma nova modalidade e gostaria que eu o auxiliasse. No dia em que fui ajudá-los, o professor de Goalball não compareceu e quem o substituiu foi eu. Desde então comecei a aprender e assim estou até hoje no esporte.
Há algum técnico ou técnica que seja um grande exemplo para você?
Tenho vários. O professor Heraldo, do time de Poços de Caldas, que é um professor muito experiente e muito carismático. Sempre quando eu tenho a oportunidade de encontrá-lo, procuro passar um tempo aprendendo com ele.
Como você avalia as categorias de base atualmente? Podemos esperar novos talentos surgindo nos próximos anos?
Posso dizer que sou uma pessoa privilegiada porque aqui onde trabalho conseguimos ajudar as meninas a entrarem para a Seleção Brasileira no Campeonato Mundial de Jovens. Além disso, neste ano estamos fazendo um trabalho de iniciação com alunos da categoria infantil.
Acredito que com um pouco mais de incentivo, principalmente quando se tratar de materiais, com certeza teremos tudo para revelar grandes craques do Goalball.
Uma das crianças dizia para a mãe que gostava tanto da modalidade que a levou para assistir as aulas de Goalball
Fale sobre a rotina de seus atletas nos treinos. Há diferença no treinamento de atletas com deficiência e sem deficiência?
Não é muito diferente do treinamento dos atletas que não possuem deficiência. A principal mudança é que o treinador que trabalha com deficientes visuais deve narrar cada lance e cada movimento para o atleta, o que exige que esse profissional esteja bem posicionado.
Na maioria das vezes temos que nos colocar no lugar deles, para que eles possam perceber que são capazes e que conseguem alcançar seus objetivos.
Como você avalia a estrutura do esporte paralímpico no Brasil?
Pelo que tenho visto, o apoio tem sido melhor a cada ano que passa na medida em que novos atletas são revelados e os treinadores vão se qualificando. Além disso, os eventos estão cada vez mais organizados, não deixando nada a desejar para outro esporte.
Para você, o que significa o esporte?
Esporte para mim é liberdade. é uma forma de você viver momentos para si próprio, porque independente do esporte, quando você está praticando esquece o mundo externo e foca somente em você.
“É um momento único no qual as pessoas podem voltar a ser crianças, voltar a ser feliz.”
Quais são suas conquistas mais marcantes?
Foi ser campeão brasileiro dos Jogos Escolares 2015. Em 2014 nós fomos vice campões do Sudeste 1, pleiteando assim uma vaga na Copa Caixa Loteria de Goalball. Além disso, existem os torneios inter-regionais nos quais nos sagramos campeões.
Qual a sensação de ter sido premiado no “Melhores do Ano 2016”? A que você atribui essa conquista?
Eu me sinto privilegiado por estar trabalhando com essas pessoas e me senti reconhecido também porque trabalhamos muito para chegarmos onde chegamos.
Um recado para os técnicos que queiram iniciar carreira no esporte ou que estão começando.
Tudo na vida é desafio. Sempre que você tiver oportunidade de aprender, corra atrás sempre. Uma vez Cora Coralina disse: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. É essa a minha mensagem para todos que queiram ingressar no esporte.