A atividade física regular tem aumentado entre as crianças. Contudo, especialistas recomendam que ela faça parte do dia-a-dia de maneira equilibrada, respeitando suas habilidades motoras e sua capacidade de aprendizado.
Por Flávia Leão Fernandes.
O esporte é importante para a saúde e para o bem-estar do ser humano. Para a criança pode ser um fator fundamental de desenvolvimento, desde que contribua de forma positiva para o seu físico e para a sua mente. Porém não deve ser imposto como obrigação ou como imposição do desejo dos pais de transformar seus filhos em atletas.
Entre os quatro e os seis anos, a criança deve começar a ter contato com o esporte de maneira prazerosa, como uma brincadeira. Ela deve aprender a correr, pedalar ou praticar alguma atividade física em grupo, sem nenhum compromisso maior. Nessa idade, a criança deve experimentar várias modalidades esportivas, sem obrigação de aprender suas técnicas específicas. Com aproximadamente oito anos, é bom deixar que ela se direcione para determinado esporte, de acordo com suas habilidades e preferências.
A partir dos doze anos, ela passa a se interessar pelos esportes competitivos. Essa é a melhor fase para identificar a modalidade esportiva ideal para os filhos, sempre respeitando os limites de acordo com a idade. Os pais devem sempre evitar que a criança fique a maior parte do tempo diante da TV ou do computador.
Quando a atividade física é tratada como brinquedo ou diversão, sem regras, há mais chances de conquistar a criança. Dados da Academia de Pediatria mostram que 75% das crianças obrigadas a praticar esportes de que não gostam deixam de praticá-los por volta dos quinze anos, com grandes chances de tornarem-se sedentárias.
Alguns pais que praticam determinado esporte direcionam o filho para esse esporte, até de forma inconsciente. Se houver muita pressão e ele não conseguir corresponder, o peso pode se tornar grande demais, com conseqüências negativas para o equilíbrio emocional e físico da criança. Pais esportistas devem usar o esporte para aumentar a convivência, estimular a atividade física regular e melhorar a qualidade de vida familiar.
A pré-adolescência é um ótimo momento para introduzir a musculação, pois nessa fase os hormônios começam a entrar em ação, deixando o organismo mais receptivo ao uso da força física.
Os esportes coletivos, como basquete, vôlei ou futebol proporcionam troca de experiências e ajudam a criança a se relacionar melhor. Os esportes individuais, como tênis ou ginástica olímpica, exigem bom auto-conhecimento, atenção individualizada e são bastante direcionados para um objetivo a alcançar. Ambos desenvolvem a coordenação motora e permitem trabalhar todos os músculos do corpo.
Alguns esportes exigem que a criança comece a treinar seriamente bem cedo, isto é, por volta dos cinco ou seis anos. Eles exigem atenção dobrada dos pais, pois o esporte competitivo, nesta idade, pode ser lesivo ao aparelho locomotor, prejudicando o seu desenvolvimento natural.
A atividade esportiva praticada pelo menos três vezes por semana, durante uma hora, produz aumento do gasto calórico, melhora a capacidade aeróbica, desenvolve a massa muscular e estimula o sistema neuropsicomotor.
As duas primeiras décadas de vida são fundamentais para o crescimento ósseo e o amadurecimento biológico. Entretanto, o excesso de treinamento, sem períodos de descanso indispensáveis ao organismo, pode trazer prejuízos, tais como diminuição ou até interrupção do crescimento, cansaço, desânimo, deficiência de aprendizado, sistema imunológico debilitado e corpo mais suscetível a lesões. Os pais devem ficar atentos ao esporte praticado por seus filhos, observando se o programa de atividades é adequado para a sua idade e para o seu bom condicionamento físico.
*Matéria retirada do site www.cyberdiet.terra.com.br (link direto)