A atleta belo-horizontina partilha suas expectativas para os Jogos Olímpicos na Coreia
A primeira participação brasileira na Coreia será com Jaqueline Mourão, no dia 15, na prova de 10km estilo livre de cross country. Em PyeongChang, a atleta mineira, belo-horizontina se iguala a Formiga (futebol) com o maior número de participações olímpicas entre as atletas brasileiras. Torben Grael, Robert Scheidt (vela), Rodrigo Pessoa (hipismo) e Hugo Hoyama (tênis de mesa) também têm seis edições de Jogos Olímpicos.
A história olímpica de Jaqueline começou em 2004, quando disputou a prova do Moutain Bike, em Atenas. Desde então, mais uma participação nos Jogos de Verão, em 2008, pela mesma modalidade e quatro olimpíadas de inverno disputando duas modalidades, o ski cross country e Biatlo. Ela é a única mulher a participar tanto dos jogos de Verão quanto dos jogos de Inverno. Além disso, Jaqueline foi eleita cinco vezes pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como a melhor atleta do Mountain Bike (de 2002 a 2006) e duas vezes como a melhor atleta dos Esportes da Neve (2012 e 2016).
Em PyeongChang, a atleta participará da prova que se sente mais à vontade, o estilo clássico do cross country. Em entrevista concedida ao Observatório do Esporte, a mineira contou sobre a trajetória nos esportes de inverno, avaliou o atual cenário das atividades no Brasil.
Como foi o início da sua caminhada nos esportes de alto rendimento?
Eu sempre adorei estar em contato com a natureza, acampar com meus pais na Serra do Cipó, e quando era menina sonhava em ter uma máquina para que eu pudesse seguir o pôr do sol no mar de montanhas de Minas. Quando conheci o Moutain Bike (MTB) aos 15 anos, foi amor a primeira vista, logo em seguida comecei a praticar a modalidade e participar de provas.
Como surgiu o interesse em esportes de inverno?
Conheci o cross country esqui por acaso, eu já estava competindo na temporada 2005 de MTB, mas quando cheguei no Canadá, estava tudo branco. Uma tempestade tardia em pleno maio de 2005 me impossibilitou de treinar na bike, logo meu marido propôs para irmos esquiar. Eu simplesmente adorei.
Qual é o panorama, na sua visão, dos esportes de inverno no Brasil?
Os esportes de inverno no Brasil têm se desenvolvido muito dos últimos anos pra cá, tanto no interesse do público quanto no número de participantes brasileiros, no cross country, este número aumentou muito.
O que significa em sua vida participar do maior evento esportivo do planeta representando seu país pela sexta vez?
Uma grande conquista, feliz demais por estar fazendo história mais uma vez no esporte brasileiro e estar ao lado de atletas que tando admiro em número de participações.
Quais são as expectativas para a participação nos Jogos de 2018?
Esta é a prova que mais gosto no esqui cross country, os 10km estilo livre. Eu esperei oito anos para finalmente poder competir esta prova novamente, a última vez que pude competir esta prova foi em Vancouver 2010. No cross country, o estilo das provas mudam a cada edição, então em Torino ’06 e Sochi ’14 foram estilo clássico, em Vancouver ’10 e PyeongChang ’18, estilo livre. Quero bater meu resultado em pontos FIS da prova de Vancouver, onde competi este mesmo estilo e distância, e também dar trabalho para as atletas de outros países tradicionais.
O que é o esporte pra você?
Todas as oportunidades que tive na minha vida foram através do esporte, esporte é a minha vida.
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Observatório do Esporte de Minas Gerais