Vencedora de diversos prêmios, inclusive pela Seleção Brasileira de Ginástica, Maria Inês Salles dedica-se agora a transmitir para os novos atletas toda sua experiência.
Em seus 40 anos como treinadora da Ginástica Rítmica, Maria Inês é uma formadora nata de talentos, e essa sua capacidade de enxergar o que cada criança tem em seu interior é uma das características que lhe proporcionou o prêmio Melhores do Ano de 2016.
Confira a entrevista completa do Observatório do Esporte de Minas Gerais com Maria Inês Salles:
Como você começou a ter contato com o esporte?
“Eu pratico esportes desde os 9 anos de idade, quando o médico disse que deveria praticar algo. Comecei no ballet e depois, mais tarde, fui para a ginástica. Já fui da seleção brasileira e em 1975, fui a 16ª ginasta do mundo, na Espanha.
Quando deixei a seleção brasileira, em 82, o prefeito de Belo Horizonte da época me convidou para que eu montasse uma equipe de ginástica rítmica no colégio Municipal São Cristóvão e depois no Colégio Marconi. Depois disso eu não parei mais.”
Há algum técnico, ou técnica, que seja um grande exemplo para você?
“Tem sim. A minha treinadora, Terezinha Ribeiro Bonfim.”
Como você avalia as categorias de base, atualmente? Podemos esperar novos talentos surgindo nos próximos anos?
“Vou falar de Minas Gerais. O trabalho que tenho feito no estado tem tido uma boa repercussão em nível nacional porque tenho campeãs brasileiras, Sul-americanas e campeãs Pan-americanas. Fomos campeões também na Europa.”
Para você, o que significa o esporte?
“O esporte é vida. É saúde, prazer e amor. Enquanto tudo isso estiver forte em mim, eu estarei presente.”
Qual a sensação de ter sido premiada no “Melhores do Ano 2016”?
“Fico muito sensibilizada pelo reconhecimento que o Estado tem com os esportistas. É uma iniciativa muito motivadora, tanto para o treinador quanto para os atletas, tendo em vista a grande dificuldade que o Brasil tem para conseguir promover um atleta de alto rendimento. Então essa iniciativa do Melhores do Ano aqui no nosso estado acho louvável.”
Quais são as suas principais conquistas como treinadora?
“Nossa, eu tenho conquistado muita coisa ao longo de muito anos, então vou te falar dos últimos. Em 2016 nós fomos campeões brasileiros, por equipe, na categoria juvenil, uma atleta campeã Sul-americana e Pan-americana, uma atleta de ponta campeã brasileira e agora também convocados para o Pan-americano de Outubro, eu como treinadora da Seleção Brasileira Juvenil. Temos também 21 crianças entre 6 a 11 anos, que estarão no campeonato escolar no próximo mês. São 21 crianças futuras campeãs.”
Um recado para os técnicos que queiram iniciar carreira no esporte ou que estão começando:
“Que sejam dedicados, que queiram trabalhar e que tenham amor pelas crianças que estão nas mãos de cada treinador. Que não procurem em primeiro lugar o biotipo da criança, mas sim busquem o interior dela, a vontade que ela tem para praticar aquele esporte. E depois sim busque o talento físico. Digo isso por experiência própria, pelos 40 anos em que trabalho, de muitos campeões que já fiz, todos foram selecionados dessa forma. A vontade da criança vem sempre em primeiro lugar.”
Observatório do Esporte de Minas Gerais