A capixaba Vitória dos Santos saiu de casa aos 13 anos para seguir o sonho de ser uma atleta profissional de vôlei. Saindo de São Gabriel da Palha, a ponteira de 17 anos, hoje é um dos bons nomes que o vôlei mineiro tem. Pelo caminho foram vários títulos em disputas escolares e prêmios individuais. O reconhecimento foi um desafio ainda maior.

Atualmente, Vitória disputa a Superliga B pelo Lavras Vôlei. (Foto: Leonardo Assad)
Atualmente, Vitória disputa a Superliga B, a segunda divisão do campeonato de vôlei mais importante do cenário nacional, a atleta contou ao Observatório do Esporte sobre a caminhada de quase dez anos no esporte e como foram os desafios e conquistas ao longo desse tempo.
Como você iniciou sua carreira esportiva? De onde surgiu o interesse na prática do vôlei?
A prática do vôlei começou aos sete anos por influência do meu tio. O meu tio incentivou meu irmão e meu irmão me incentivou. Eu também já fiz outros esportes como capoeira e outras lutas, só que como eu não tinha idade para escolinha, eu treinava com ele. Quando fiz oito anos entrei na escolinha em São Gabriel da Palha. Então eu treinei e joguei os Jogos Escolares por lá e com 13 anos fui chamada para jogar em Arcos. Me mudei para o interior de Minas em 2014, em 2015 joguei pelo Mackenzie e em 2016 vim pra Varginha onde estou até hoje.
Já viveu alguma situação difícil que acredita ter superado com a ajuda do esporte?
A situação difícil é a saudade dos meus pais. Eu saí muito nova de casa, criei muita responsabilidade cedo. Então o vôlei me ajudou a ter essa responsabilidade logo cedo.
O que o esporte representa em sua vida?
Além do trabalho é a minha vida. Eu gosto de trabalhar com isso, o esporte é maravilhoso. Ele me incentiva a fazer novas amizades, conhecer lugares novos e esse ano me deu a oportunidade de jogar a Superliga B, representando o Lavras Vôlei.
Qual é seu ídolo no esporte?
Tandara, jogadora do Osasco.
Como é sua rotina de treinamentos?
Eu treino de segunda a sábado em dois períodos. De manhã eu faço academia e a tarde eu treino com bolas. Atualmente estou em Lavras, treinando pela equipe da segunda divisão da Superliga.

Vitória já disputou JIMI, JEMG e Campeonato Brasileiro em competições escolares. (Foto: Acervo Pessoal)
Você foi eleita duas vezes a melhor jogadora da sua posição na Copa Minas. Como é receber prêmios individuais numa modalidade coletiva?
É muito bom. Por mais que seja individual, sem minhas companheiras e meus técnicos eu não iria conseguir. Mesmo que eu ganhe, todos do meu lado me ajudam bastante. Eu fico muito feliz.
Em 2017, junto da sua equipe, você se sagrou campeã do JEMG. Como foi a preparação e a disputa desse torneio?
A gente treinou bastante. Era um sonho, representar tanto nossa escola quanto Minas Gerais. Foi um sonho para todo mundo que, graças a Deus, deu tudo certo. Nós treinamos bastante, sem ter folga, mas foi muito bom. E a gente viu que o trabalho e o projeto deu e está dando muito certo até hoje.
Tendo em vista que você já participou do JEMG e do JIMI, qual a sua avaliação sobre os programas esportivos de Minas?
Os programas são muito bons. Questão de horário, acomodação, transporte, alimentação é tudo muito bacana. A escolha das quadras é muito boa, é sempre um lugar que tem como jogar e isso é ótimo para a gente.
Quais são os desafios encontrados diariamente na prática do esporte coletivo?
Primeiro é você saber que tem alguém ali do seu lado para te ajudar. É saber se dar bem com a pessoa que está do seu lado, o que é difícil. Querendo ou não, a equipe tem que se dar bem. Você conhece pessoas de outros estilos, nem sempre as companheiras pensam igual, tem o mesmo temperamento. É um desafio diário, mas que a gente se adapta.
Quais são seus planos para o futuro?
Meu plano é terminar bem a Superliga em uma boa colocação. Quero ajudar o meu time aqui, voltar para Varginha e ajudar minha equipe lá e no final conseguir alcançar meu sonho de se tornar uma atleta profissional.
O que representa para você ser contemplada pelo Prêmio do Esporte Mineiro 2017?
Significa muito. Porque eu fui eleita sendo uma das mais novas do campeonato, então eu consegui me destacar. É muito bom pra mim porque vejo que, mesmo longe da minha vida, treino muito para que isso dê certo.
Qual a dica que você dá para quem gostaria de iniciar uma caminhada na vida esportiva?
Acredita. É difícil, é complicado e se tiver qualquer oportunidade, agarra. Se tiver que sair e ficar longe de casa, vai. É uma oportunidade muito boa e sempre escute os seus pais, porque eles sempre vão estar do seu lado.
Observatório do Esporte