Mais do que formar atletas, é formar cidadãos. Assim, o técnico de voleibol Antônio Fernando vê o esporte, sobretudo, para crianças e adolescentes.
Antônio ministra aulas de vôlei em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O técnico ensina tanto na modalidade de quadra, quanto na de praia.
Confira a entrevista completa do Observatório do Esporte de Minas Gerais com Antônio Fernando:
Como você começou a ter contato com o esporte?
“Eu comecei no esporte em 1985, participando do JEMG, foi minha primeira participação. Aos 18 anos, antes mesmo de começar a faculdade, decidi ser treinador, dei aulas de voleibol e aí parei para ingressar na faculdade. Mas, durante o curso atuei como técnico e assim estou até hoje, há 30 anos na área.”
Existe algum técnico, ou técnica, que seja um grande exemplo para você?
“José Roberto Guimarães. A relação dele com o atleta me chama muito a atenção. É uma relação amigável, tranquila e de confiança. Até o conheço pessoalmente e sei que é verdadeiro. Não é apenas pela televisão.”
Como você avalia as categorias de base atualmente? Podemos esperar novos talentos surgindo nos próximos anos?
“Eu, inclusive, tenho trabalhado com categorias de base. Atualmente trabalho com as categorias infantil e juvenil. Eu tinha um atleta que estava comigo em Betim, até ano passado, quando o encaminhei ao Minas. Ele, inclusive, foi convocado para a Seleção Brasileira. Talentos sempre temos, Betim principalmente. Sempre encaminhamos os atletas, que não são somente do voleibol, mas das mais diversas modalidades, para os clubes. “
Para você o que significa o esporte?
“Esporte para mim é algo que eu vejo como um método de educar, de formar cidadãos, não significa apenas formação de atletas. Eu vejo que nós, técnicos, contribuímos muito para que os atletas sejam pessoas do bem, hoje tenho vários ex-jogadores que são fisioterapeutas, advogados, juízes… foi daí que percebi que contribuímos muito para a formação do atleta como pessoa.”
Qual a sensação de ter sido premiado no “Melhores do Ano 2016”?
“É a questão de reconhecimento do trabalho. Muitas vezes as pessoas não sabem do quanto é difícil você conquistar um primeiro, segundo lugar. Hoje o Brasil está muito atrás de outras potências, justamente por falta do reconhecimento do público. O esporte deveria ser trabalhado nas escolas, mas infelizmente ainda não é.”
Quais são suas principais conquistas como treinador?
“Nos últimos três anos, no vôlei de quadra, fui terceiro e vice-colocado no Campeonato Metropolitano. Fomos, também, campeões do JEMG no vôlei de praia. Representamos Minas nos Jogos Escolares da Juventude nos últimos dois anos com as duplas masculina e feminina aqui de Betim.”
Um recado para os técnicos que queiram iniciar carreira no esporte ou que estão começando.
“A questão maior é você acreditar no seu trabalho, de que ele vale a pena. Eu converso muito com meus atletas sobre isso. Vale a pena investir principalmente em crianças e adolescentes porque isso contribui não só paro o esporte em si, mas também para a formação de cidadãos.”