
Divulgação: The Atlhetic
A trajetória de Cristiano Felício até a NBA não foi nada fácil: uma vida humilde no sul de Minas Gerais, tentativas frustradas no exterior até finalmente chegar ao alto nível do basquetebol mundial. Conheça um pouco da história do atleta que representou a Seleção Brasileira e hoje é peça fundamental no Chicago Bulls.
Como a maioria das crianças no Brasil, o primeiro esporte de Felício foi o futebol, esporte que jogou nos tempos de escola primária na sua cidade natal, Pouso Alegre. Um enorme surto de crescimento acabaria com esse sonho, a menos que ele quisesse ser um goleiro, algo que ele não estava interessado.
“Eu comecei a crescer um pouco mais” disse Felício. “E meu técnico queria que eu jogasse como goleiro porque eu era alto. Eu não queria, então parei com o futebol e comecei a jogar handebol.”
O basquete era algo distante no começo, mas Cristiano cresceu para amar esse esporte, não tinha TV a cabo em casa, mas conseguia assistir a alguns jogos da NBA nas casas de seus amigos, interessou-se particularmente pelos times do Orlando Magic de Dwight Howard e a renovada rivalidade entre Lakers e Celtics.
“Eu estava no handebol”, ele disse. “O basquete para mim era o segundo esporte. Mas quando aprendi sobre o jogo, larguei o handebol, e o basquete tomou seu lugar.”
O atleta ficou três anos no programa de desenvolvimento do Minas Tênis Clube, do Novo Basquete Brasil, treinando com o time e jogando com outros garotos da sua idade enquanto fazia o ensino médio em Belo Horizonte, para onde se mudou enquanto sua família permaneceu em Pouso Alegre.
No fim do ensino médio, o atleta começou a pensar em jogar profissionalmente e ir para o exterior tentar uma vaga em um time universitário. E foi o que ele fez. Sacramento, na Califórnia se tornou seu destino.
Dave Garcia, assistente técnico da CCSE Prep Academy – um programa em Sacramento que preparara jogadores universitários para os Drafts da NBA –, conta um pouco de como conheceu Felício e percebeu a habilidade do atleta:
“Desde o começo, eu sabia que ele poderia ser um profissional,” disse Garcia “Era só uma questão de onde ele iria jogar — na Europa, Brasil ou NBA. Eu vi que ele tinha muito potencial. Ele era muito habilidoso, tinha boas mãos e uma boa noção de jogo. Sempre que fazíamos coletivos, ele sabia naturalmente onde se posicionar. Além disso, ele se esforçava demais. Você mesmo pode ver, sempre que ele arremessa, ele corre para o próprio rebote. Ele tinha uma habilidade natural.”
Mas ingressar ao campeonato universitário no exterior não foi possível e por isso, Felício voltou para casa e assinou com o Flamengo. Mas em 2013, o atleta cruzou o caminho do Bulls, time de Chicago no qual jogou uma partida de pré-temporada contra o Washington Wizards no Rio de Janeiro. Naquela semana, o Bulls treinou no centro de treinamento do Flamengo e foi ali que eles conheceram o Felício e o convidaram para treinar em Las Vegas.
Depois de alguns dias de treinamentos em Nevada, o corpo técnico e a diretoria do Bulls decidiram que já tinham visto o bastante e convidaram Felício para o training camp em Chicago, assinando um contrato de dois anos com o atleta.
Em julho de 2016, Felício retorna à Las Vegas, mas dessa vez ele como um dos principais jogadores do time. Ele foi peça-chave na trajetória do Bulls para a conquista do campeonato. Em seguida, jogou as Olimpíadas aqui no Brasil — substituiu o lesionado Anderson Varejão de última hora.
Com 25 anos completados em (07/07), 2,10m e 120 kg, ele ainda é jovem o bastante para se desenvolver e se tornar titular absoluto. Recentemente, Felício teve o contrato renovado por quatro temporadas com os Bulls.
Informações do The Atlhletic, disponíveis em https://goo.gl/UJczWd, acesso em: 10 de julho de 2017