Com nove anos à frente da Seleção Mineira de Natação Paralímpica, diversos Jogos Escolares, competições internacionais e até mesmo atleta convocado para a Seleção Brasileira, Hudson Paim vive o esporte.
De atleta a técnico da natação paralímpica, o treinador de Uberlândia dedica todas suas conquistas aos seus atletas.
Confira a entrevista completa do Observatório do Esporte de Minas Gerais com Gislene Miranda:
Como você conheceu o esporte e como foi sua jornada até tornar-se técnico?
Eu iniciei na modalidade como atleta. Fui atleta da natação por muitos anos e me formei em Educação Física; apareceu, então, a oportunidade na natação paralímpica em 2007, por convite de um técnico da modalidade na época. Fiz uma especialização em esporte adaptado e durante 10 anos fui técnico da equipe.
Fale sobre a rotina de seus atletas nos treinos. Há diferença no treinamento de atletas com deficiência e sem deficiência?
A maior diferença entre eles é a questão dos movimentos. Eu tenho até atletas tetraplégicos, então o maior desafio e aprendizado que temos é como elaborar treinos que explorem o melhor de cada atleta para que possam evoluir.
Há algum técnico ou técnica que seja um grande exemplo para você?
Durante a minha vida de atleta eu tive diversos professores muito bons e, após ter me tornado técnico, minha principal referência é o técnico da Seleção Brasileira, Leonardo Tomasello. Além dele, me inspiro em vários amigos que me ajudaram durante a carreira, como o Alexandre Vieira, do Praia Clube, dentre outros.
Como você avalia as categorias de base atualmente? Podemos esperar novos talentos nos próximos anos?
Há muitos jovens que estão começando e de certa forma sustentando o esporte. Mas ainda temos muito o que fazer. Falta uma maior promoção de eventos e competições para que os meninos possam participar mais e até mesmo para que as crianças possam procurar o esporte. Uberlândia possui várias referências na modalidade, mas o Estado em geral tem muito o que aprimorar.
Para você, o que significa o esporte?
Para mim é saúde, qualidade de vida e motivação.
Quais suas principais conquistas?
Durante nove anos eu estive à frente da Seleção Mineira Paralímpica nos Jogos Escolares; à frente das equipes do JEMG; participei também do Open Internacional, mas a minha maior conquista foi ver aonde meus atletas conseguiram chegar através do nosso trabalho. Hoje nós temos um atleta convocado para a Seleção Brasileira de Jovens e isso a a maior vitória que um técnico pode alcançar.
Qual a sensação de ter sido premiado no “Melhores do Ano 2016”? A que você atribui essa conquista?
Eu atribuo essa vitória ao meus atletas, ao trabalho que tenho feito com eles e às respostas que eles me dão na piscina. O pouco do conhecimento e experiência somadas ao dedicação deles, fizeram com que eu pudesse ser premiado.
Um recado para os técnicos que queiram iniciar carreira esporte ou que estão começando.
Não é um trabalho fácil, mas é muito gratificante. Estejam dispostos a estudar, corram atrás e incentivem seus atletas. Procurem parceiros para realizarem com vocês o trabalho e não desistam! Uma hora tudo isso será recompensado.
Observatório do Esporte de Minas Gerais