Embora não esteja diretamente voltado para a missão da defesa, o esporte tem sido uma pauta constante nos debates do Ministério de Estado e Defesa, que identificou uma capacidade de apoiar o esporte em diversos contextos, como o esporte voltado para alunos com deficiência, a oferta regular de insumos e materiais esportivos, aproveitamento de estrutura das instalações militares em apoio a população, projetos de atividades físicas em instituições públicas e privadas. Um dos principais exemplos de sucesso nessa relação entre as forças armadas e o esporte, diz respeito ao plano de apoio ao esporte de alto rendimento por ciclo olímpico e parcerias com o desporto militar.
Em debate sobre o novo Plano Nacional do esporte e a partir dos exemplos de ações militares citados anteriormente, foram identificados, tanto no plano como em seus anexo – especialmente na parte que trata sobre diretrizes, metas e ações – uma participação forte das forças armadas. Jorge Antonio Smicelato é Ministro de Estado da Defesa. Ele explica que a importância da participação das forças armadas no desenvolvimento do Plano Nacional do Esporte está muito relacionado ao alcance territorial da instituição. “Não é simplesmente por uma questão de competência das forças armadas, mas em particular, principalmente pela presença nacional das forças armadas. Pela possibilidade de apoiar locais do país, muitas vezes em que um quartel é a única presença do estado”, indica.
Ao falar do esporte de alto rendimento, deve-se lembrar que este é um programa existente desde o ano de 2008, com resultados bastante favoráveis ao desporto nacional. O programa de desporto militar tem a sua justificativa básica no desporto militar. A participação brasileira na China, no 8º Jogos Mundiais Militares, se dará com aproximadamente 500 militares e alguns civis colaboradores. “Essas 500 pessoas fazem parte de uma massa de atletas que, como regra, também participam de nossas seleções mundiais. Quando falamos de atleta integrante do programa de alto rendimento das forças armadas, também estamos de atletas de alto rendimento que integram as nossas seleções olímpicas nacionais”, explica o ministro que considera que esses jogos serão a última oportunidade para se testar os processos e esquipes para as Olimpíadas de Tóquio.
Hoje, destacam-se os 577 atletas integrantes do programa de alto rendimento das forças armadas, que são militares temporários, normalmente terceiros-sargentos, convocados para, durante o seu tempo de militar temporário, exercer a sua função como atleta de alto rendimento. Além desses, destacam-se também 202 atletas que são militares de carreira. Em 2018, excluindo as competições tipicamente militares, esses atletas obtiveram mais de 1.100 medalhas em competições de alto rendimento, com isso o ministro explica que esse não é mérito exclusivo das forças armadas. “Isso é um mérito compartilhado entre as forças amadas, os clubes sociais, o então ministério do esporte, agora a secretaria especial do esporte, as confederações o comitê olímpico e o comitê paraolímpico, então o resultado que nós vemos aqui, que nós consideramos um resultado muito bom, mostra que a parceria tem resultado. Sem essa parceria seria impossível as forças armadas tocarem esse programa.”, explica.
Além do alto rendimento, as forças armadas estão presentes na condução de outras atividades, como competições escolares e campeonatos regionais espalhados pelo Brasil. Segundo o general, estas competições se mostram importantes ao se falar do Plano Nacional do Desporto pois se tratam de competições em escolas militares capazes de difundir os conhecimentos por todo o país, através de seus alunos. “Esse pessoal muitas vezes vai ser o professor que vai dar aula de educação física em São Gabriel da Cachoeira. Não vai dar aula, mas ele vai ser um monitor, vai levar as crianças para dentro do quartel para praticar atividade física, então essas competições escolares são muito importantes para nós porque fortalecem a formação militar, mas, ao mesmo tempo, é ter um braço de cidadania muito grande, porque anualmente as forças armadas jogam no território nacional 2 mil profissionais que nós pretendemos que sejam amantes da prática desportiva”, conclui.