Por dentro de todas as competições, Márcio Guerra acredita que o esporte recupera os jovens. E foi essa iniciativa de recuperar esses jovens que rendeu ao treinador o prêmio Melhores do Ano 2016.
Assim como ele buscou ajuda dos profissionais experientes no início de sua carreira, o técnico de Ginástica Artística afirma que esse é o primeiro passo para ingressar no esporte.
Confira a entrevista completa do Observatório do Esporte de Minas Gerais com Márcio Guerra:
Como você iniciou seu contato com o esporte?
“Eu comecei quando a ginástica entrou para o JIMI e depois quando entrou para o JEMG. E quando ela entrou para o JIMI nós montamos uma equipe, sem nunca termos tido uma e a partir daí, tomamos gosto e mantivemos o time. Fomos buscar ajuda no Minas e com o Pedro Paiva lá de Viçosa que foi nosso primeiro incentivador. Fizemos alguns cursos pela Federação Mineira e pela Confederação brasileira e fomos aprendendo no dia a dia, visitando os centros de treinamento em Ouro Preto e Juiz de Fora e com isso ganhando bagagem, fazendo com que disputássemos todos os campeonatos.”
De onde veio a ideia de ser técnico?
“Eu fiz Ginástica Olímpica, agora Ginástica Artística, na faculdade. Aqui em Itabira nós sempre tivemos a tradição de disputar todas as modalidades do JIMI e do JEMG. Quando apareceu a Ginástica Artística, a Ginástica de trampolim e o ciclismo, nós primeiro pensamos em inscrever, depois procuramos atletas e como no primeiro ano não valia ponto, em dois meses eu selecionei as crianças, inscrevi a equipe, nos apresentamos e partir daí eu gostei da atividade e não deixei a ideia morrer.”
Há algum técnico, ou técnica, que seja um grande exemplo para você?
“O Pedro Paiva. Ele sempre tem essa disponibilidade em ajudar e ensinar a quem procura. Além de grande professor, ele é um excelente técnico e árbitro. É isso que o faz ser tão bom.”
Como você avalia as categorias de base atualmente? Podemos esperar novos talentos surgindo nos próximos anos?
“Hoje Minas Gerais é uma referência no esporte, sendo o principal centro de ginástica do Brasil e a Federação Mineira está muito preocupada em melhorar o nível técnico dos treinadores, fornecendo cursos técnicos, de arbitragem… e isso dá muito resultado quando vamos trabalhar com a base. Você pode ver os resultados dos atletas do pré infantil e infantil, hoje eles têm uma técnica bem acima daquelas que tiveram os atletas que já estão na categoria adulta, mostrando o quão importante é trabalhar na iniciação, que é o pilar do esporte. Se você faz uma boa iniciação, vai colher um bom resultado lá na frente.”
Para você, o que significa o esporte?
“O esporte é a redenção do ser humano. É através dele que nós conseguimos ajudar os pais a educar seus filhos, com noções de disciplina, dedicação, limites e respeito ao próximo. O esporte é tudo isso, uma soma de diversos fatores que faz com que ele seja reconhecido.”
Qual a sensação de ter sido premiado no “Melhores do Ano 2016”?
“É uma satisfação de ser reconhecido por um trabalho de um ano inteiro, comprovando que ele foi bem realizado. Não que o trabalho seja feito apenas para ser premiado, mas a premiação mostra que estamos no caminho certo. É a segunda vez que eu sou agraciado e fico muito feliz com o reconhecimento.”
Um recado para os técnicos que queiram iniciar carreira no esporte ou que estão começando.
“Para aqueles que querem iniciar no esporte, o primeiro passo é estudar bastante. Corra atrás e procure aqueles que já têm experiências. Não podemos ser orgulhosos, devemos sempre procurar ajuda e perguntar detalhes para adquirir prática. Todos nós que já estamos na estrada, estamos disponíveis para ajudar.”
Observatório do Esporte de Minas Gerais