Perda de força e flexibilidade dos ossos são efeitos da osteoporose, enfermidade que consiste na diminuição da densidade óssea, aumentando o risco de fraturas no esqueleto. A doença atinge, em especial, pessoas acima dos 50 anos e é mais comum em mulheres. De acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), uma em cada três mulheres nessa faixa etária e um em cada cinco homens terão alguma fatura devido à doença. Com o objetivo de conscientizar a população a respeito desse problema sério, a IOF promove o Dia Mundial da Osteoporose, que ocorre em 20 de outubro.
Aproximadamente dez milhões de pessoas sofrem com a osteoporose no Brasil, mas, para cada três, apenas uma é diagnosticada corretamente. Os fatores hereditários estão entre as principais causas da doença: “Costumamos dizer que 40% dos fatores são modificáveis. Podemos alterar na nossa vida a ponto de dificultar a progressão da osteoporose. Mas 60% dos fatores são genéticos, inerentes à pessoa e nem sempre conseguimos prevenir”, explica a doutora Marise Lazaretti, médica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Para combater a diminuição da massa óssea, o consumo de cálcio é primordial. Há quem acredite que a ingestão de leite deva ocorrer apenas nas fases iniciais da vida. De fato, é indispensável que as crianças bebam bastante leite para a fortificação dos ossos, mas o alimento, rico em cálcio, não deve ser abandonado na idade adulta: “Hoje em dia, os jovens às vezes param de tomar leite em um momento crítico, porque o auge do nosso esqueleto acontece entre os 20 e os 30 anos de idade. Depois disso começamos a ter uma perda lenta de osso, que pode ser minimizada justamente com a ingestão de cálcio”, esclarece a doutora Marise.
Para os que têm intolerância à lactose, é importante lembrar que o leite, apesar de ser a principal fonte de cálcio, não é a única. Verduras como brócolis, espinafre e grãos como soja, gergelim e o próprio grão de bico também contém o mineral. Um adulto precisa de aproximadamente 1000 mg de cálcio por dia.
Além da alimentação rica em cálcio, a vitamina D, proveniente da luz solar, é outra parceira no combate à osteoporose. Por isso, vale muito a pena arranjar um tempo para tomar um solzinho todos os dias, nem que seja por apenas 20 minutos. É claro que o contato com o sol deve ser moderado para que não haja problemas como queimaduras e desenvolvimento de doenças como câncer de pele. Os horários mais adequados e benéficos para fazer uma caminhada ao ar livre são até às 9h na parte da manhã, e após às 16h na parte da tarde. A atividade física é o elemento que completa o tripé de prevenção à doença. Pessoas sedentárias aumentam o risco de osteoporose.
Mulheres pequenas e de cor branca devem tomar mais cuidado
Embora a doença possa atingir indivíduos das mais variadas características, o índice de mulheres de cor branca ou de origem asiática com osteoporose é consideravelmente maior. Isso se deve aos fatores genéticos, naturais.
Os negros possuem ossos mais fortes, têm esqueleto e massa muscular muito mais potentes em relação aos brancos. É isso o que explica também o domínio histórico de atletas negros em modalidades esportivas que dependem de força física e explosão muscular. Os grandes corredores das provas de velocidade no atletismo, por exemplo, são de cor negra, como o fenômeno jamaicano Usain Bolt, considerado um dos maiores atletas de todos os tempos.
Por conta dessas condições favoráveis, é mais difícil um negro ser diagnosticado com osteoporose. O caso mais comum é em mulheres brancas e miúdas. Por isso, todo cuidado é pouco. O exame de densitometria óssea é utilizado para diagnosticar a doença. Normalmente é indicado para mulheres a partir de 65 anos e homens acima de 70. Mas em casos específicos, deve ser realizado antes dessas idades. Pessoas com peso abaixo do normal (Índice de Massa Corporal menor que 18,5 kg/m²) ou que já tiveram algum tipo de fratura prévia, precisam ficar atentas.
A osteoporose é uma doença considerada silenciosa, porque os sintomas não se manifestam. Se não houver um acompanhamento com exames de sangue e massa óssea, vai evoluindo paulatinamente e pode vir a ser descoberta somente após as primeiras fraturas sofridas.
Osteoporose em jovens: praticantes de atividade com impacto exagerado
Apesar de ser mais frequente em idosos, a osteoporose não é uma exclusividade dessa faixa etária. Pessoas mais jovens também podem sofrer a doença. É uma circunstância específica. Atletas que praticam modalidades de forte impacto para as articulações, como maratona e triatlo, são mais propensos a desenvolver o quadro.
“É bem raro de ocorrer osteoporose em jovens, mas existe uma situação que propicia o aparecimento da doença. O excesso de exercício, mas excesso mesmo. Atletas que ficam muito tempo se exercitando durante o dia. No caso das mulheres, algumas até param de menstruar por conta do esforço sobre humano que fazem e acabam tendo um risco maior de fratura. Fora as fraturas por estresse, que acontecem por causa dessa intensidade toda nos exercícios”, afirma a doutora Marise Lazaretti.
Fonte: Fernando Hawad / Esporte Essencial