Pesquisa Mostra os Diferentes tipos de Aterrissagem utilizados pelos Praticantes de Corrida

Sobre pisada pronada, supinada ou neutra, quase todo corredor já ouviu falar. Mas é outro aspecto da pisada que está atualmente em evidência entre pesquisadores e praticantes curiosos: o tipo de aterrissagem. A forma como o pé do corredor aterrissa no chão está relacionada ao impacto durante a corrida e pode ser um dos fatores associados à lesões.

A aterrissagem durante a corrida pode acontecer de 3 formas:
– Com o calcanhar (retropé): é a maneira mais comum de aterrissagem, na qual a primeira parte do pé que toca o chão é o calcanhar. Aproximadamente 75% das pessoas correm dessa forma, e ela é a que mais gera impacto sobre o corpo do corredor. Imagine-se dando um pequeno salto, aterrissando com o calcanhar. Você vai sentir um impacto bem forte, pois dessa forma o corpo não tem mecanismos para amortecê-lo. É o que acontece na corrida. Os amortecedores do tênis amenizam um pouco esse impacto, mas não o anulam.
– Com o meio do pé (médio pé): nesse tipo de aterrissagem o calcanhar e a parte da frente do pé tocam o chão quase simultaneamente. Em torno de 24% dos corredores apresentam esse tipo de aterrissagem. Nele o impacto é menor do que na aterrissagem como calcanhar pois os músculos do corpo, principalmente a panturrilha, o amortecem.
– Com a ponta do pé (antepé): apenas 1% das pessoas correm dessa forma em corridas longas, pois ela é mais comum em corridas rápidas (tiros). Nesse tipo de aterrissagem o impacto também é menor, porém há grande sobrecarga sobre a panturrilha.

Se a aterrissagem com o calcanhar é a que gera mais impacto, porque é a mais frequente? Um conceituado pesquisador de evolução humana, Daniel Lierberman da Universidade de Harvard, vem tentando responder essa pergunta. Suas pesquisas até agora levam a conclusão de que o hábito de usar tênis, com grande amortecimento, nos leva a pisar dessa forma. Quando corremos descalços tendemos a aterrissar com o meio do pé (pois bater o
calcanhar no chão sem proteção gera dor) e essa seria a forma mais natural de correr.

Fonte: GloboEsporte/ Raquel Castanharo