Inspiradas em propostas implantadas em metrópoles como Madri, capital espanhola, e Pequim, na China, as academias ao ar livre desembarcaram no Brasil e trouxeram a democratização do exercício físico para todas as idades, inclusive para os idosos.
Equipamentos simples, como aparelhos abdominais, cadeiras extensoras, barras e transport, podem ser facilmente encontrados em praças públicas e ajudam a ganhar força e resistência.
Embora a proposta de contemplar comunidades carentes – bairros onde nem sempre os moradores podem pagar uma academia – com espaços do gênero, não é raro ver pessoas se exercitando sem qualquer tipo de supervisão, aumentando o risco de lesões entre quem não está acostumado com as séries.
As academias ao ar livre podem tirar muitas pessoas do sedentarismo total – uma pesquisa feita em 2015 pelo Ministério do Esporte apontou que 45,9% dos brasileiros são sedentários, mas a ideia ainda precisa ser aprimorada, opina o educador físico Guto Tomé.
“O primeiro ponto é que a pessoa que não tem supervisão e não está acostumada aos exercícios físicos faz o movimento de qualquer jeito.” Tomé é favorável a esse tipo de iniciativa, mas enfatiza a necessidade de um profissional atuando junto aos usuários dos equipamentos.
“O papel das prefeituras não é simplesmente instalar a academia e deixar lá. Deveriam criar campanhas para incentivar as pessoas à prática dos exercícios e dar continuidade ao processo. Isso significa colocar profissionais capacitados para a orientação e utilização adequada dos equipamentos”, reforça o personal trainer Éden Carlos.
Outro alvo de críticas é a falta de infraestrutura desses espaços para gerar resultados em quem já está acostumado a fazer exercícios. Segundo Tomé, os representantes da administração pública poderiam alinhar parcerias com empresas de equipamentos de musculação para que os espaços sejam mais completos e finalmente possam ser comparados às academias privadas.
Fonte: Pedro Lopes / Ativo.com (conteúdo adaptado)