Muitas empresas se queixam do rendimento profissional de seus empregados. Mas muitas vezes o principal erro da academia ocorreu no processo de recrutamento e seleção.
Não é difícil encontrar empresas que se queixam dos empregados. Seja pelo seu rendimento profissional, seja por não se encaixar na função que lhe foi designada, ou até por muitos outros fatores. Porém, antes de culpar o funcionário, é preciso ter em mente que muitas vezes isso acontece por culpa do empregador. Pois é, quando o processo de recrutamento e seleção não leva em conta as competências certas de cada função, o profissional não é valorizado da devida maneira e isso pode acabar prejudicando o sucesso do negócio.
Francisco Mancuso, sócio de uma empresa que realiza recrutamento e seleção especializada no segmento fitness, explica que cada estabelecimento exige dos instrutores conhecimento específicos, de acordo com a área em que vão trabalhar. O perfil também deve ser compatível com o cargo. “Na hora de selecionar um profissional, as empresas se preocupam mais pelo histórico profissional do candidato do que com as qualificações e conhecimentos técnicos que os candidatos possuem, ou seja, embora o segmento valorize a capacitação, ela ainda não tem um peso relevante na hora da escolha do candidato”, revela. Porém, um bom processo de recrutamento é importantíssimo para o desenvolvimento do estabelecimento. “Quando vemos erros graves na gestão, normalmente eles foram cometidos por pessoas certas que estavam em funções erradas. Entender as aptidões e talentos de cada profissional é fundamental para que se crie um time de excelência”, aconselha Francisco.
Por conta desta dificuldade em entender e em fazer um bom processo de recrutamento algumas empresas acabam optando por contratar uma empresa especializada para ajudar neste processo. Essa parceria pode ser benéfica para o estabelecimento, já que, por não participar de todas as etapas de seleção, o gestor ganha tempo. “É mais rápido e mais prático para o contratante decidir, já que só sobrarão os finalistas”, diz Mancuso. Ele também ressalta que o sigilo que empresa especializada oferece a ambas as partes também pode ser algo importante, já que normalmente só se conhece o empregado e empregador no final do processo de recrutamento, evitando possíveis desgastes.
O que o profissional deve ter?
Apesar de o processo de recrutamento às vezes falhar, o profissional deve ter em mente que, muitas vezes, ele não rende o suficiente porque não possuem o que a empresa necessita, porém, acabam insistindo na vaga. “O profissional deve ter conhecimento técnico e capacitação necessários para executar a função que lhe for oferecida juntamente com o cargo”, explica Francisco. Além disso, ele precisa saber se o propósito e os valores da empresa são compatíveis com os seus e se a vaga oferecida está de acordo com as suas expectativas. “Pode parecer muito óbvio, mas muitos instrutores não sabem para qual cargo estão sendo contratados, pois as empresas não tem ideia do que precisam. Isso causa uma confusão muito grande e desalinha as expectativas tanto da empresa, quanto do profissional”, alerta Mancuso.
Julia Michelin, gerente técnica de ginástica de uma rede de academias, concorda. “É interessante que o profissional se informe antes, conhecendo a empresa e conversando com pessoas que trabalham no local. Cada academia tem um perfil de público diferente e uma cultura de entrega de serviços. Conhecer pelo menos um pouco de uma empresa ajuda o candidato a saber se quer ou não concorrer a uma vaga”.
O profissional também deve saber exatamente quais são as suas expectativas e suas chances ao se candidatar. “Toda empresa espera uma boa conduta de um profissional, principalmente quando envolve Atendimento ao Cliente diariamente. Ter postura, falar bem, sorrir e se preparar realizando os melhores cursos que o mercado oferece fazem toda a diferença em um processo seletivo”, afirma Julia.
Entender quais desafios ele quer profissionalmente e saber quais os riscos que ele corre para alcançá-los é fundamental. Além disso, conhecer a empresa para qual está se candidatando evita possíveis frustrações e desmotivações. “Normalmente, quando estes elementos estão alinhados, a empresa possui um ótimo profissional e, consequentemente, o empregado considera seu emprego excelente”, afirma o sócio da Simplifika.
Carreira dupla
Muitos profissionais da área acabam atuando como personal para complementar a renda, porém, se não houver falta de organização, eles podem acabar se prejudicando no emprego e até ficarem queimados no mercado. Por isso, quem quiser optar pelos dois empregos deve ter em mente que, antes de qualquer coisa, ele precisa ser organizado. Além disso, é importante repensar seus objetivos profissionais. Somente desta maneira, é possível conciliar as duas funções.
Matéria publicada no Portal da Educação Física (adaptada).