A ginástica brasileira conquistou um dos feitos mais importantes da história da modalidade: classificou uma equipe masculina completa para os Jogos Olímpicos pela primeira vez. A Seleção, composta por Arthur Nory, Arthur Zanetti, Caio Souza, Francisco Barretto Júnior, Lucas Bitencourt e Péricles Silva fez uma boa apresentação em todos os aparelhos e somou 349,057 pontos na fase classificatória do Mundial de Glasgow, na Escócia. Assim, além de estar garantida no Rio de Janeiro, em 2016, o que era o principal objetivo este ano, também passa para as finais do Mundial, marcada para a próxima quarta-feira (28).
O Brasil ficou com a sétima posição da qualificatória e, juntamente com Japão, China, Grã-Bretanha, Rússia, Estados Unidos, Suíça e Coreia do Sul, irá em busca de uma medalha. Porém, para o grupo, o mais importante foi cumprir o objetivo de colocar a equipe nos Jogos Olímpicos. Ter o direito de levar uma equipe completa significa aumentar as chances do Brasil de conquistar uma medalha olímpica, seja por equipe, no Individual Geral ou por aparelhos, já que haverá mais atletas competindo. O Brasil já possui o ouro de Arthur Zanetti nas argolas em 2012.
“Esse é o resultado de um grande trabalho que começou há alguns anos”, afirmou o treinador chefe da Seleção, Renato Araújo. “É um momento histórico. Perseguimos isso há algum tempo. Batemos na trave no último ciclo, pois em Londres tivemos três atletas, mas não a equipe completa. Este é o melhor momento da Ginástica Artística Masculina do Brasil. Nossa classificatória veio de um Mundial com a presença dos melhores do planeta e isso é muito difícil.”
Para o treinador, o resultado é uma mistura de entrosamento e estrutura. “Estamos trabalhando todos juntos já há algum tempo. Esses últimos dias, da aclimatação em Portugal para cá, foram os melhores de um Pré-Mundial que já vivi. Todos os atletas tiveram disciplina e tentaram fazer o melhor nos treinos. Fizemos tudo junto, como uma verdadeira equipe deve fazer. Foi perfeito”, pontuou.
Passada a pressão de estar garantido nos Jogos, o Brasil já pode dar sequência à estratégia para conquistar bons resultados. “Temos, agora, pouco mais de nove meses para trabalhar focados nas Olimpíadas. Se não tivéssemos nos classificados, teríamos que nos organizar para o evento-teste e, só depois disso, começar a trabalhar para os Jogos. Acredito que podemos ter um resultado melhor em 2016 com essa preparação desde já”, acrescentou o técnico.
Para completar, o País também busca o pódio mundial na barra fixa também pela primeira vez, com Arthur Nory Mariano, terceiro colocado nas classificatórias, e no Individual Geral com Nory e Lucas Bitencourt. Na fase preliminar, Nory foi o 11° colocado, com 88,182 na somatória dos aparelhos, e Lucas o 20°, 86,564.
“Nosso principal objetivo era classificar a equipe, mas estamos felizes por estarmos nessas duas finais. Nunca disputamos uma medalha na barra. Isso, mais uma vez, mostra a evolução da ginástica brasileira”, concluiu Renato Araújo. O único revés nesse processo foi o campeão mundial e olímpico Arthur Zanetti, que acabou fora da final das argolas no Mundial, mas ele já tem vaga garantida no Rio.
Para a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Luciene Resende, esta é uma grande recompensa por todo o trabalho realizado. “Todos os ginastas, técnicos, árbitros e profissionais que trabalham com a ginástica no Brasil estão de parabéns pela dedicação e empenho em busca dessa conquista inédita. Temos que agradecer ao nosso patrocinador master, a Caixa Econômica Federal, ao Ministério do Esporte e ao Comitê Olímpico do Brasil pelo apoio de sempre, além de todos os colaboradores e admiradores da ginástica brasileira”, resumiu.
Objetivo assegurado
Em visita do ministro do Esporte, George Hilton, a praças esportivas em São Caetano do Sul, Arthur Zanetti, havia falado à equipe de reportagem do portal que sua grande meta era levar a equipe brasileira aos Jogos do Rio-2016: “A preparação está boa. Estamos de olho no Mundial. A equipe não está definida, mas estou treinando duro, me aprimorando também em outros aparelhos para ajudar a equipe”, declarou Zanetti, em 23 de setembro.
Fonte: Confederação Brasileira de Ginastica / Ministério do Esporte