A Lei Nº 9.394/96 dispõe que a educação física é componente curricular obrigatório da educação básica, integrada à proposta pedagógica da escola.
A Educação Física é considerada uma atividade que por seus meios, desenvolve e aprimora as forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando.
Segundo o David Gallahue, Doutor em Desenvolvimento Humano e Educação Especial, as aulas de educação física na escola “são diferentes do simples ato de brincar no quintal de casa porque elas são instrutivas. Ensinam como as crianças podem mover o corpo. É o único lugar onde elas estão sendo instruídas o tempo inteiro.” explica David.
No entanto, no dia a dia escolar, muitas aulas de educação física se resumem à uma simples recreação, ou futebol para meninos e rebater bolas para as meninas. A verdade, é que a educação física é uma disciplina de extrema importância para o desenvolvimento da criança e do adolescente como um todo. Além disso, a prática de exercícios físicos, como os proporcionados pela Educação Física, é capaz de prevenir doenças como obesidade, diabetes e problemas cardíacos.
Especialistas são unânimes ao afirmar que a Educação Física não deve se resumir à brincadeiras e recreação. “Para uma boa aula não basta o professor entregar uma bola de futebol ou basquete a um grupo de alunos, a educação física requer planejamento metodológico e pedagógico para dar resultados positivos” afirma Kátia Lemos, doutora em Pedagogia do Esporte na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para a pesquisadora, a escola deve se comprometer com a diversificação das modalidades esportivas oferecidas aos alunos, “a função da escola é apresentar para o estudante a variedade existente de modalidades esportivas. É obrigação da escola promover essa vivência desportiva aos alunos e função do professor propiciar atividades de qualidade, ensinando os fundamentos e regras básicas, com planejamento e sensibilidade. Sem essa sensibilidade e preparo, os alunos vão ficando desmotivados”.
Muitas escolas ainda não dão a devida importância á Educação Física e a enxergam como simples momento para brincadeiras. É comum encontrarmos alunos conversando e fazendo exercícios de outras matérias durante o horário das aulas de Educação Física, o que contraria os Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs.
Segundo os PCNs, a Educação Física na escola deve ser constituída de três blocos: “Jogos, Ginásticas, Esportes e Lutas” que compreende atividades como Ginástica Artística e Rítmica, voleibol, basquetebol, salto em altura, natação, capoeira e judô. O segundo bloco “Atividades rítmicas e expressivas” abrange atividades relacionadas à expressão corporal, como a dança. Já o terceiro bloco “Conhecimentos sobre o corpo” propõe ensinar ao aluno conceitos básicos sobre o próprio corpo, que se estendem desde a noção estrutural anatômica, até a reflexão sobre como as diferentes culturas lidam com esse instrumento.
Portanto, a Educação Física não deve se restringir à poucas práticas esportivas. Para Paula Rondinelli, Mestre em Ciências da Motricidade, “se analisarmos uma aula em que o professor trabalha apenas os quatro esportes coletivos (voleibol, basquetebol, futebol e handebol), sob a ótica de uma Educação Física que visa à reflexão do aluno sobre si e sobre a sociedade em que está inserido, logo perceberemos o quão pobre se torna a experiência sobre o corpo nessas aulas. Nesse sentido, é fundamental que a compreensão de si, de sua cultura e de outras culturas seja ampliada, a fim de efetivar a disciplina de Educação Física como um componente curricular educacional”.
Paula Rondinelli salienta ainda, que a “Educação Física tem uma vantagem educacional que poucas disciplinas têm: o poder de adequação do conteúdo ao grupo social em que será trabalhada. Esse fato permite uma liberdade de trabalho, bem como uma liberdade de avaliação – do grupo e do indivíduo – por parte do professor, que pode ser bastante benéfica ao processo geral educacional do aluno”.
Fonte: Parâmetros Curriculares Nacionais; Portal da Educação Física; Brasil Escola;