Segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), os idosos estão vivendo mais, mas com doenças crônicas. De acordo com o pesquisador responsável pelo estudo, Alessandro Gonçalves Campolina, esta situação pode ser revertida através do desenvolvimento de políticas públicas preventivas voltadas para a terceira idade.
O estudo apontou que a expectativa de vida da população brasileira cresceu nos últimos anos, mas os idosos estão vivendo com menor qualidade de vida, pois convivem por mais tempo com doenças crônicas típicas de sua faixa etária.
Em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer no Brasil era 74 anos e 29 dias, o que representou um incremento de três anos, sete meses e 24 dias sobre o indicador de 2000.
Segundo Campolina, a pesquisa avaliou o impacto das doenças crônicas que acometem essa faixa etária em termos de expectativa e de qualidade de vida. “Se as pessoas continuassem vivendo no estado em que elas estão agora, com as doenças crônicas, as enfermidades seriam mais frequentes e haveria mais comprometimento da qualidade de vida”, disse. Quando se fala de doenças crônicas relacionadas à população idosa, a pesquisa refere-se principalmente à hipertensão arterial, diabetes, às doenças cardíacas, à doença pulmonar crônica, às doenças mentais, como depressão e demências, às doenças articulares, como artrite e artrose, e às quedas.
Mas nem tudo está perdido! O estudo demonstrou que, caso fossem desenvolvidas políticas públicas preventivas voltadas para a população idosa, a situação poderia ser alterada. “O estudo fez a análise de outros cenários possíveis, ou seja, se essas doenças fossem prevenidas e mostrou que esse processo estaria sendo revertido. Aí a população ganharia mais anos de vida, e mais anos de vida saudáveis. Se houvesse estratégias que evitassem que as pessoas desenvolvessem a doença cardíaca, por exemplo, praticando atividades físicas e tendo uma nutrição adequada, você teria mais anos de expectativa de vida saudável. E se as pessoas já têm a doença instalada e mesmo assim fizessem esforço para tratamento adequado, também haveria um impacto positivo na expectativa de vida saudável”,comentou.
Fonte: O tempo